quarta-feira, 30 de junho de 2010

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO AO ALUNO COM BAIXA VISÃO

O trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanecentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais (MEC- Saiba mais... clique nos links à direita).

a pedidos trouxe algumas sugestões para pais, professores e outras pessoas que convivem com a criança de baixa visão na idade escolar:
- Ensine a criança e o jovem sobre sua deficiência e sobre o que eles podem ver ou não poder ver bem (muitas crianças não têm consciência disso).
- Os alunos com baixa visão deverão trabalhar olhando para os objetos e para as pessoas (algumas crianças apresentam comportamento de cegos, olham para o vazio. Peça para que “olhe” o objeto ou pessoa em questão).
- Ajude-o a desenvolver comportamentos e habilidades para participar de brincadeiras e recreações junto com os colegas, facilitando o processo de socialização e inclusão.
- Oriente o uso de contraste claro e escuro entre os objetos e seu fundo.
- Estimule o aluno a olhar para aspectos como cor, forma e encoraje-o a tocar nos objetos enquanto olha.
- Lembre-se que o uso prolongado da baixa visão pode causar fadiga.
- Seja realista nas expectativas do desempenho visual do estudante, encorajando-o sempre ao progresso.
- Encoraje a coordenação de movimentos com a visão, principalmente das mãos.
- Oriente o estudante a procurar recursos como o computador pois, ele se cansará menos e aumentará sua independência.· Pense nos estudantes com baixa visão como pessoas que vêem.
- Use as palavras “olhe” e “veja” livremente.
- Esteja ciente da diferença entre nunca ter tido boa visão e tê-la perdido após algum tempo.
- Compreenda que o sentido da visão funciona melhor em conjunto com os outros sentidos.
- Aprenda a ignorar os comentários negativos sobre as pessoas com baixa visão.· Dê-lhe tempo para olhar os livros e revistas, chamando a atenção para os objetos familiares. Peça-lhes para descrever o que vê.
- Torne o “olhar” e “ver” uma situação agradável, sem pressionar.

OBS: Deve-se evitar fazer tudo pela criança com baixa visão para que ela não se canse ou se machuque. Ela deve ser responsável pelas próprias ações.

NÃO ÓPTICOS PARA BAIXA VISÃO
Os recursos não ópticos são aqueles que melhoram a função visual sem o auxílio de lentes ou promovem a melhoria das condições ambientais ou posturais para a realização das tarefas (podem ser efetuados pelo professor). (K.José et al). Os meios para que se consiga esta melhora são:
- Trazer o objeto mais próximo do olho, o que aumenta o tamanho da imagem percebida (ou seja, deixe a criança aproximar o objeto do rosto ou aproximar-se para observar algo, como por exemplo, a lousa ou a TV);
- Aumentar o tamanho do objeto para que ele seja percebido.

CARACTERÍSTICAS DE MATERIAL IMPRESSO PARA BAIXA VISÃO
- Desenhos sem muitos detalhes (muitos detalhes confundem);
- Uso de maiúsculas;
- Usar o tipo (letra) Arial;
- Tamanho de letra em torno de 20 a 24 (ou seja, ampliada);
- Usar entrelinhas e espaços;
- Cor do papel e tinta (contraste).

FORMAS DE AMPLIAÇÃO
- Fotocopiadora;
- Computador;
- Ampliação à mão: é a mais utilizada e deve seguir requisitos como tamanho, espaços regulares, contraste, clareza e uniformidade dos caracteres.

MATERIAIS
- Lápis 6B e/ou caneta hidrográfica preta;
- Cadernos com pautas ampliadas ou reforçadas;
- Suporte para livros;
- Guia para leitura;
- Luminária com braços ajustáveis.

MAIS SUGESTÕES
Nos CAPES pode ser encontrado o caderno com pauta ampliada (mais larga) para alunos com baixa visão; mas também pode ser confeccionado utilizando o próprio caderno do aluno riscando com uma caneta hidrocor preta uma linha sim, outra não. Como normalmente os cadernos encontrados hoje em dia as linhas são claras, não haverá problema pois, normalmente o aluno não consegue enxergar as linhas mais clara somente as mais escuras e ele poderá escrever no espaço entre elas (no caso utilizando 2 linhas).


Para alguns alunos é necessário um espaço maior entre as linhas; como não encontramos este tipo de caderno no mercado pode-se utilizar caderno de desenho ou encadernar um maço de sulfite, colocando capas (frente/verso) e em seguida traçar as linhas mais espaçadas, como no exemplo abaixo 5 cm, folha por folha (com lápis 6B) de acordo com a necessidade do aluno. As mães costumam colaborar quando orientadas neste sentido.



Caso o aluno apresente além da baixa visão, uma dificuldade motora, pode-se utilizar de letras móveis e letras recortadas em papel para que o aluno cole-as no caderno, formando palavras, ao invés de escrever.



Para evitar o cansaço de estar constantemente com o rosto sobre o caderno, pode-se utilizar um suporte para leitura encontrado em casas que trabalham com artigos para deficientes visuais. Pode ainda ser confeccionado ou ser utilizados livros, como suporte, embaixo do carderno para que este possa ficar mais elevado.



O professor pode ainda confeccionar esta grade para facilitar a escrita do aluno com baixa visão. Pode ser utilizado uma lâmina de radiografia, como na foto, do tamanho da folha do caderno e com a mesma medida das linhas ou ainda em papel cartão com cores que contrastem com o fundo branco da folha do caderno. Para a leitura pode ser confeccionado no mesmo modelo, uma guia para leitura utilizando-se somente uma linha vazada e à medida que o aluno vai lendo a guia vai sendo deslocada para a linha de baixo, o que evita que ele se perca durante a leitura.


O professor também pode se utilizar dos encartes que contém figuras grandes para trabalhar com o aluno com baixa visão para reconhecimento dos produtos e palavras conhecidas bem como com rótulos de embalagens que são utilizados em seu dia-a-dia. A medida que ele vai aprendendo a ver começará a identificar figuras cada vez menores.



O aluno pode recortar o produto que identificou visualmente e nomeá-lo. Posteriormente pode colocar as figuras em ordem alfabética criando um livrinho.


Pode-se ainda trabalhar com jogos pedagógicos.


OBS: O professor deverá identificar o tamanho de letra que a criança consegue enxergar para realizar as atividades, caso contrário não se sentirá motivado a realizar as tarefas. O professor deve estar atento pois este pode ser um dos motivos pela falta de interesse e indisciplina do aluno.

domingo, 25 de abril de 2010

LIVRO DE CONCEITOS




Pré-Escola: Confeccionei dois livros para alunos que ainda estão na fase de aquisição de conceitos. Trouxe apenas alguns itens para que vocês possam ter uma idéia do conteúdo.

Material utilizado
-Folhas em papel cartão por ser mais resistente, sendo um pouco maiores que a de uma sulfite A4;
-Objetos concretos em miniatura, peças de jogos, material de sucata, etc;
- Papeis de diversas texturas (polionda, lixa, camurça, cortiça, etc.);
- Fitas, barbantes, cordões, emborrachado, espuma, EVA, madeira, sintético, veludo, plástico, couro, feltro;
- Escrita em tinta (para crianças com baixa visão os tipos podem ser ampliados, por exemplo, 24 Arial) e escrita em Braille;
Obs: Os mesmos conceitos são apresentados de diversas formas e com materiais diferentes. Segue apenas uma mostra do material:

Conceitos trabalhados
Dentro/Fora
Curto/Comprido
Grande/Pequeno
Maior/Menor
Grosso/Fino
Vazio/Cheio
Perto/Longe
Esquerda/Direita
Igual/Diferente
Em cima/ Em baixo



































































Figuras Geométricas




Texturas Diversas



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obs: Este tipo de material pode ser encontrado no LARAMARA.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Opções de livros para crianças com deficiência visual

UM MUNDINHO PARA TODOS


Autora: Bellinghausen, Ingrid Biesemeyer

Editora: DCL Difusão Cultural

Assunto: Literatura Infantil / Infanto Juvenil


Tema: Era uma vez um mundinho em que cada habitante tinha um jeito de ser bem diferente do outro - uns viviam no norte e gostavam de andar descalços; outros no sul e adoravam tomar chocolate quente; alguns não enxergavam muito bem e precisavam de ajuda. E cada um deles tinha sua forma de agradecer por viver num lugar tão feliz.

Com texto impresso em Braille e tipos ampliados.

Fonte: Livraria Cultura
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LIVROS SONOROS:
SONS DA NATUREZA: À noite na floresta

Autor(a): Maurice Pledger
Editora: Ciranda Cultural

DescriçãoAventure-se com os animais noturnos de todo o mundo e conheça quem está em atividade enquanto você está dormindo!
Abrindo os cenários pop-ups, você ouvirá os sons misteriosos da noite.
Conheça o uivo misterioso do lobo-da-montanha, o rugido majestoso do tigre e o grito assombroso da coruja ecoando pela noite enluarada...

E AINDA:
SONS DA NATUREZA: Oceano
SONS DA NATUREZA: Selva
SONS DIVERTIDOS: Era uma vez
SONS DIVERTIDOS: Na floresta


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COLEÇÃO TOQUE E SINTA









ResenhaEstes belos livros de tatear com fotos contêm cinco interessantes cenários, cada um com diferentes elementos de tato para auxiliar as crianças em seus primeiros aprendizados. A tartaruguinha tem muitos amigos que vivem no oceano! Venha e aprenda como eles são!


Edição: Ciranda Cultural
PS: existe no mercado vários modelos destes livrinhos, de diversas editoras, com diferentes texturas.
Fonte: fnac.com.br

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EM BRAILLE


A Bruxa mais velha do mundo
1a. edição, 2008
Elizete Lisboa
Paulinas
R$ 20,70 Para comprar por telefone,
ligue para 0800 140090, de
2ª a 6ª, das 9h às 21h, e aos
sábados, das 10h às 16h.

SinopseCuidado! Uma bruxa brincalhona, que já fez muitos e muitos aniversários e adora cantar no meio da noite, cismou que vai se casar no ano que vem, e está à procura de um marido que goste de cantar e que seja bem velho. E bem feio!

Fonte:Livraria da Folha


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A LAGOA ENCANTADA - uma história sobre respeito

EM BRAILLE E AMPLIADO
A autora conta a história de um rei vaidoso, que ao se ver envelhecendo, expulsa todos os velhos do seu país, para que não possa ser comparado a um idoso. Mas o rei recebe um castigo de uma feiticeira, que transforma todas as mulheres do reino em pedras. O encanto só acaba quando alguém especial resgatar uma taça de outro e diamantes no fundo do lago.
Editora: Melhoramentos
Autor: PATRICIA SECCO
Ano: 2005
Edição: 1
Número de páginas: 20

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Dorina viu


Autora: Cláudia Cotes
Editora: Paulinas

A história cheia de vida e determunação de Dorina Nowill em um livro gostoso de ler e de ver. Texto e ilustrações estão também em braile, para que crianças, que enxergam ou não, leiam e comprovem que as diferenças podem conviver em harmonia.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Material do MEC sobre Deficiência Visual









SABERES E PRÁTICAS DA INCLUSÃO / EDUCAÇÃO INFANTIL (2006)

CARTILHAS:
-Introdução
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/introducao.pdf

Dificuldade de Comunicação e Sinalização (surdocegueira/múltipla deficiência sensorial)http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/surdosegueira.pdf

Dificuldade de Comunicação e Sinalização (deficiência visual)http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciavisual.pdf

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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (2006)

DEFICIÊNCIA VISUAL
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf

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Adaptações de acesso ao currículo:
ADAPTAÇÕES CURRICULARES (o que é?)
http://www.bancodeescola.com/verbete5.htm

ADAPTAÇÕES CURRICULARES DE GRANDE PORTE
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha05.pdf

ADAPTAÇÕES CURRICULARES DE PEQUENO PORTE
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000449.pdf

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ESPECÍFICOS DEFICIÊNCIA VISUAL
Orientação e Mobilidade: conhecimentos básicos para a inclusão da pessoa com deficiência visual (2003)
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ori_mobi.pdf

A construção e o conceito de número e o pré-soroban (2006)http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/pre_soroban.pdf

Grafia Braille para a Língua Portuguesa (2006)http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/grafiaport.pdf

PS: Se você tiver interesse em conhecer material de outras deficiências visite meu outro blog, é só clicar no endereço: Deficiência e Inclusão Social


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E AINDA,





quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sinais e sintomas da Deficiência Visual

Sintomas:
• tonturas, náuseas e dor de cabeça;
• sensibilidade excessiva à luz (fotofobia);
• visão dupla e embaçada;


Condutas do aluno:
• aperta e esfrega os olhos;
• irritação, olhos avermelhados e/ou lacrimejantes;
• pálpebras com as bordas avermelhadas ou inchadas;
• purgações e terçóis;
• estrabismo;
• nistagmo (olhos em constante oscilação);
• piscar excessivamente;
• crosta presente na área de implante dos cílios;
• franzimento da testa, ou piscar contínuo, para fixar perto ou longe;
• dificuldade para seguimento de objeto;
• cautela excessiva ao andar;
• tropeço e queda freqüentes;
• desatenção e falta de interesse;
• inquietação e irritabilidade;
• dificuldade para leitura e escrita;
• aproximação excessiva do objeto que está sendo visto;
• postura inadequada;
• fadiga ao esforço visual.
Fonte: MEC/SEESP

Causas mais frequentes da Deficiência Visual
Causas Congênitas
• Retinopatia da Prematuridade, graus III, IV ou V – (por imaturidade da retina em virtude de parto prematuro, ou por excesso de oxigênio na incubadora;
-Corioretinite, por toxoplasmose na gestação.
• Catarata congênita (rubéola, infecções na gestação ou hereditária).
• Glaucoma congênito (hereditário ou por infecções).
• Atrofia óptica por problema de parto (hipoxia, anoxia ou infecções perinatais).
• Degenerações retinianas (Síndrome de Leber, doenças hereditárias ou diabetes).
• Deficiência visual cortical (encefalopatias, alterações de sistema nervoso central ou convulsões).

Causas Adquiridas
-Por doenças como diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata, degeneração senil e traumas oculares.
Fonte: MEC/SEESP

Formas de prevenção:
As causas de origem genética e familiar, como retinite pigmentosa, glaucoma e catarata congênita, podem ser evitadas com aconselhamento genético.Dentre as causas congênitas, destacam-se os fatores mais freqüentes: gestação precoce, desnutrição da gestante, drogas em geral, álcool, infecções durante a gravidez (rubéola, sífilis, AIDS, toxoplasmose e citomegalovirus).Existe alta incidência de deficiência visual severa associada à múltipla deficiência, em nosso meio, em vista da falta de prevenção (vacinação de meninas contra a rubéola), o que evitaria o nascimento de crianças com catarata congênita, surdez e deficiência mental.Toda mulher deve ser vacinada antes de engravidar ou, de preferência, no início da adolescência, pois o vírus da rubéola materna atravessa a placenta, alterando o processo de formação embrionária.
A prevenção depende apenas da política pública, devendo a investigação epidemiológica a ser realizada pelos governos estaduais e municipais.A toxoplasmose é transmitida pelo protozoário "toxoplasma gondii", geralmente através por meio contato com animais domésticos infectados: cães, coelhos, gatos, galinhas, pombos e alimentos mal cozidos. A mãe contagiada no primeiro trimestre de gestação pode gerar uma criança com deficiência visual severa, microcefalia e calcificações cerebrais.As doenças virais e bacterianas como sarampo, meningites, encefalites, podem acarretar hidrocefalia, ou microcefalia. São também causas de deficiência visual que podem ser reduzidas por medidas eficientes de prevenção de saúde, como detecção precoce das alterações visuais, triagem em berçário, creches e pré-escolas.
Fonte: MEC/SEESP

Na infância
Em nosso meio, a baixa visão ainda passa, muitas vezes, desapercebida a pais e professores, manifestando-se, com freqüência, no momento em que aumentam na escola os níveis de exigência quanto ao desempenho visual da criança, para perto. Por sua vez, a cegueira é mais facilmente detectada e geralmente diagnosticada mais cedo.A detecção precoce de quaisquer dos problemas pode constituir fator decisivo no desenvolvimento global da criança, desde que sejam propiciadas condições de estimulação adequada a suas necessidades de maturação, favorecendo o desenvolvimento máximo de suas potencialidades e minimizando as limitações impostas pela incapacidade visual.
Em todas as situações escolares, o professor tem, normalmente, oportunidade de observar sinais, sintomas, posturas e condutas do aluno, que indicam a necessidade de encaminhamento a um exame clínico apurado.